Curitiba - PR - Batel
cesartechio@gmail.com Advogado/Economista
“Este trabalho, que em Junho de 1848 os operários reclamavam de armas na mão, impuseram-no eles às suas famílias; entregaram, aos barões da indústria, as suas mulheres e os seus filhos. Com as suas próprias mãos, demoliram o lar, com as suas próprias mãos, secaram o leite das suas mulheres; as infelizes, grávidas e amamentando os seus bebês, tiveram de ir para as minas e para as manufaturas esticar a espinha e esgotar os nervos; com as suas próprias mãos, quebraram a vida e vigor dos seus filhos. – Que vergonha para os proletários! Onde é que estão essas bisbilhoteiras de que falam as nossas trovas e contos antigos, ousadas nas afirmações, francas de boca, amantes da divina garrafa? Onde estão essas mulheres prazenteiras, sempre apressadas, sempre a cozinhar, sempre a cantar, sempre a semear a vida gerando a alegria, dando à luz sem dores filhos sãos e vigorosos? Temos hoje as raparigas e as mulheres da fábrica, insignificantes flores de pálidas cores, com um sangue sem rutilância, com o estômago deteriorado, com os membros sem energia! Nunca conheceram o prazer robusto e não seriam capazes de contar atrevidamente como quebraram a sua concha! E as crianças? Doze horas de trabalho para as crianças.” Ó miséria! – Mas todos os Jules Simon da Academia das Ciências Morais e Políticas, todos os Germiny da jesuitaria, não teriam podido inventar um vício mais embrutecedor para a inteligência das crianças, mais corruptor dos seus instintos, mais destruidor do seu organismo do que o trabalho na atmosfera viciada da oficina capitalista. A nossa época é, dizem, o século do trabalho; de fato, é o século da dor, da miséria e da corrupção.” (O Direito à Preguiça, Paul Lafargue).
Estamos em 2012. E esse nosso século? Continuará a ser o século do adoecimento dos trabalhadores, uma tragédia de há tanto anunciada, segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT? “Ocorre anualmente no mundo, cerca de 270 milhões de acidentes do trabalho, além de aproximadamente 160 milhões de casos de doenças ocupacionais. Essas ocorrências chegam a comprometer 4% do PIB mundial. Cada acidente ou doença representa em média a perda de 4 dias de trabalho. Dos trabalhadores mortos, 22 mil são crianças, vítimas do trabalho infantil. Todos os dias morrem em média 5 mil trabalhadores devido a acidente ou doenças relacionadas ao trabalho.” “No Brasil, entre o ano de 2007 a 2010, segundo o Anuário da Previdência Social, ocorreram 2.840.451 milhões de acidentes do trabalho, sendo que 48.532 mil trabalhadores ficaram permanentemente incapacitados e 10.870 perderam suas vidas nos locais de trabalho.”
É pensando nisso que acontecerá o “II SEMINÁRIO REGIONAL TRABALHO E ADOECIMENTO: em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes Decorrentes do Trabalho no Alto Uruguai Catarinense”, na Casa da Cultura, sexta-feira, 27/04, a partir das 13h00min. A questão que se impõe é: Será possível conciliar trabalho com saúde, dignidade, felicidade, prosperidade, segurança pessoal e segurança econômica do trabalhador e de sua família? Conciliar trabalho e bem estar social? Conciliar trabalho e capital? Esse tema merece aprofundamento. E resposta a altura do tema.
Pensamento da Semana: Professor José Adelino Alves, Coordenador do CEREST/Concórdia e ainda Coletivo Sindical, OAB, APLER, FUNDACENTRO/SC, SINDUSCON, INSS, IACC, Procuradoria Regional do Trabalho MPT, Procuradoria Federal Especializada, FIESC, são os promotores e colaboradores do evento.
Pensamento da Semana: Professor José Adelino Alves, Coordenador do CEREST/Concórdia e ainda Coletivo Sindical, OAB, APLER, FUNDACENTRO/SC, SINDUSCON, INSS, IACC, Procuradoria Regional do Trabalho MPT, Procuradoria Federal Especializada, FIESC, são os promotores e colaboradores do evento.