Cesar Techio
Economista – Advogado
techio@concordia.psi.br
Obras públicas, imprescindíveis, urgentíssimas, em favor das quais a administração pública, dada a relevante necessidade, não pode negar de imediato o início, sob pena de afronta ao princípio constitucional da eficiência, só não as vê, quem é cego. Todo o dia, trabalhadores, mães de família e crianças de Nova Brasília expõem suas vidas a graves acidentes, quando se deslocam da comunidade ao centro da cidade, caminhando pelo asfalto. Veículos que ocupam a primeira pista (são duas ascendentes) se obrigam a frear, espremidos entre as pessoas que por ali transitam e outros veículos que descem a ladeira. Uma calçada para pedestres e uma ciclovia deveriam ser construídas desde o Posto São Jorge até a comunidade a fim de evitar mortes. O CTG Fronteira da Querência, encravado na comunidade de Fragosos, movimenta grande número de cidadãos em grandes e diversos eventos culturais. Não obstante, a poeira sobe alta pela rua de terra, sufocando os moradores e os visitantes que chegam ao local, espantados com a situação. Quando não é poeira é barro que torna impossível o trânsito naquele local. Mais adiante, o Recanto do Idoso, recebe pessoas diuturnamente e, pelo que se constata, embora afastada do centro de Concórdia, Fragosos se encontra integrada à vida urbana, mas esquecida pelo Poder Público. Na realidade, estes pólos de intensa e contínua atividade humana são exemplos de espaços que deveriam se inserir dentro das políticas públicas de mobilidade urbana e crescimento. Embora a primeira vista sejam interessantes as mudanças de trânsito propostas pelo Município, é evidente que não resolverão o problema do trafego veicular no centro da cidade. É preciso buscar soluções definitivas.
Investimentos em eixos de expansão de crescimento é a solução para o trânsito denso e nervoso de Concórdia. É preciso construir escolas, hospitais, fábricas, ruas asfaltadas, sistemas de energia e de água, para fora do anel central, o qual se assenta num buraco topográfico no qual a Rua Dr. Maruri é a via dorsal da cidade. Fragosos, Santo Antônio, São José, Suruvi, Posto Cem, são exemplos de núcleos urbanos que crescem aparentemente desvinculados do centro da cidade, mas que possuem estreita vinculação socioeconômica com o mesmo. Os deslocamentos de pessoas para o centro, através de automóveis, ônibus ou a pé, são sistemáticos, rotineiros, intensos e diários, pois tudo se encontra no centro. É preciso, então, ao invés de buscar soluções paliativas, investir na “desconcentração” urbana, dando mais atenção a esses núcleos de crescimento, buscando meios para que as pessoas permaneçam neles ou nos bairros. É preciso “pulverizar” as atividades urbanas, fixando nestes “eixos de expansão”, bancos, farmácias, hospitais, escolas primárias e de segundo grau, fábricas, agências de telefonia, da CASAN, CELESC, secretarias municipais, lojas, prestadores de serviço, etc. Instalar linhas de microônibus confortáveis, de 30 em 30 minutos, fazendo o percurso inter-bairros e centro da cidade é fundamental para se deixar o carro em casa. O sistema de transporte público de Caracas, por exemplo, pode nos inspirar. O “Metrocable” é um sistema teleférico de superfície, tipo metrô ou ônibus elétrico ligado e movido por cabos em trilhos, concebido para que os habitantes dos morros em torno da cidade possam se locomover de forma mais rápida, barata e segura até o centro. Portanto, é preciso ousadia. Pensar diferente e investir em infra-estrutura apta a resolver nossos problemas de forma definitiva.
Pensamento da semana: Qual será o próximo candidato a prefeito a prometer, novamente, a construção do canal extravassor?