quarta-feira, 2 de setembro de 2009

“LULA NÃO FARÁ SEU SUCESSOR”

Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com

O Senador Pedro Simon (PMDB/RS) se tornou, ao longo destes anos, no maior exemplo de como deve ser, na essência, um verdadeiro político. Tremula no alto de seus ideais a bandeira da moralidade, da honestidade, da coragem, da dignidade e do autêntico amor pelo Brasil. Custe o que custar, Pedro Simon é uma pedra, incorruptível, cuja postura desnuda as contradições do parlamento, os conchavos e a podridão que clama por mudanças urgentíssimas, pois no Congresso Nacional, convenhamos, deveriam migrar representantes comprometidos com o povo sofrido, com a lei, com a constituição federal e com a justiça. Em debate com estudantes de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo (USP) na semana passada, Pedro Simon demonstrou, mais uma vez, que de fato é “pedra” e que sobre esta pedra edifica uma nova perspectiva que inclui denunciar a podridão da política nacional, mesmo que isso represente “cortar a própria carne”.
Sobre a eleição presidencial de 2010, disse aos estudantes que o comando de seu partido “se vende para quem pagar mais” e que "o PMDB vai mamar nos braços de quem ganhar". Com relação ao arquivamento das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) no Conselho de Ética da Casa e com o arquivamento contra Antonio Palocci (PT-SP) no Supremo Tribunal Federal (STF), foi enfático: "Ficou provado que no Brasil não se apura nada". Em meio a estas denúncias gravíssimas, a ex-ministra e senadora Marina Silva(AC) filiou-se, no domingo, ao Partido Verde tornando público o fato do PT ter deixado em segundo plano a bandeira ecológica. No seu discurso afirmou: "Muitas pessoas me perguntavam: Por que não permanece, para o debate interno?? Aí eu vi que meu trabalho não era de convencimento, mas de atuar ao lado de quem está convencido daquilo que o mundo inteiro também já está convencido".
A par destas acusações, após o arquivamento das onze denúncias contra Jose Sarney com o apoio do PT (inclusive da senadora catarinense Ideli Salvatti), o Senador Flávio Arns (PT/PR) jogou “lama” no ventilador: “O PT jogou a ética no lixo e vai ter que achar outro caminho. Deu as costas ao povo, à sociedade e às bandeiras tão caras a tantas pessoas. Tenho vergonha de estar no PT.” Não bastasse, desesperado, Aloísio Mercadante afirmou publicamente que abandonaria a liderança da bancada do PT, voltando atrás logo depois de uma conversinha com o Presidente Lula. Estes fatos são o pano de fundo que prenuncia o desastre político do PT no ano que vem. Neste sentido, é preciso prestar muita atenção no que disse Carlos Augusto Montenegro, experimentado analista do cenário político nacional desde a volta da democracia. Ele afirmou à Revista Veja do dia 26 de agosto, pág. 72, que “Lula não fará seu sucessor”. Sobre o voto do PT pelo arquivamento das denúncias contra José Sarney, o presidente do Ibope, disse que “o PT passou vinte anos dizendo que era sério, que era ético, que trabalhava pelo Brasil de uma maneira diferente dos outros partidos. (...) eu não diria que o partido está extinto, mas que está caminhando para isso”. Mas, se o mau exemplo vem de cima, precisamos considerar o fato de que nos municípios de todo o país, existem políticos ligados ao PMDB e ao PT que verdadeiramente se dedicam à causa pública, demonstrando honestidade e responsabilidade para com os interesses do povo. Mas, será que a confiança dos eleitores nestes candidatos, será transferida para os candidatos à presidência da república? Pensamento da semana: “Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta” John Kenneth Galbraith.