“EXPO RICA”
Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com
Expo Exploração é um rótulo muito apropriado para a atual realidade que se instalou no Parque de Exposições de Concórdia. Na praça de alimentação, um simples petisco de frango custa trinta e cinco reais, fora a gorjeta. No domingo, quem esperava degustar um bom churrasco ou uma alimentação do nível de restaurantes como o Bokitus, Santa Terezinha, São Roque, Vinte e Nove de Julho, Melão, Brasão, Fávero entre outros, aos preços módicos praticados nestes estabelecimentos, ficou a ver navio. Qualquer lanchinho, churrasquinho, tem preços estratosféricos, uma vergonha. Os estacionamentos particulares ao redor do Parque (não existe estacionamento público suficiente) cobram o milionário valor de dez reais por veículo. Aliás, todo o ano o Parque de Exposições parece virar uma zona de livre comércio, ou melhor, de livre exploração na qual o único proibido de entrar é o PROCON. Tal assertiva se justifica uma vez que os visitantes, ao passarem pelos portões de entrada, não deixam de serem consumidores e as transações de compra e venda dentro do Parque não se descaracterizam como atos de comércio.
Como pré-requisito para concessões públicas de espaço e utilização, os preços praticados pela venda de alimentos e diversões em geral destinados ao grande público, deveriam ser tabelados a preços normalmente praticados no mercado de Concórdia. Além disso, os valores fixados para locações de espaços, obrigatoriamente deveriam ser módicos e exclusivamente destinados aos nossos empreendedores. Originalmente, as exposições tinham como objetivo estimular negócios da nossa terra, valorizando empresas locais, priorizando a participação delas nos eventos. Isso tinha e tem razão de ser, na medida em que geram tributos, empregos e o dinheiro que arrecadam com a venda de produtos fica por aqui, dinamizando nosso desenvolvimento.
. Por isso, é de estranhar a ausência, por exemplo, de revendedores de veículos das marcas Chevrolet, Fiat, Volkswagen e Ford. São empresas que nasceram com a cidade, que sempre pagaram e pagam impostos e que geram empregos aqui. Volta e meia, expõem seus veículos nas ruas da cidade, de forma que é inaceitável não os tenham exposto nos espaços privilegiados da Expo Rica. Simples voltinha em brinquedos ultrapassados e antigos custa a fortuna de três reais. Não bastasse o preço exorbitante, a roda gigante, ultrapassada e do tempo da pedra, apresentou problemas. Após um estrondo, dela se desprendeu uma barra de ferro que só não atingiu a cabeça de uma criança devido a agilidade de seu pai que agarrou o artefato em tempo. A roda voltou a girar até outra barra se desprender, só parando após imediata interdição decorrente de denúncia que me obriguei a fazer. Preços compatíveis, somente pela espetacular apresentação do JOTA QUEST, uma banda bem comportada, com músicas e letras construtivas (nada de apologia a drogas). Entretanto, a permanência de pessoas, inclusive de fiscais, em pé na frente das cadeiras, impedindo aos pagantes de verem o show, deixou muito a desejar.
Sem afrontar a lei de responsabilidade fiscal, há urgente necessidade de se criar uma lei de proteção a nossa economia, respeitando e valorizando nossos empresários, criando mecanismos para que as riquezas geradas pela Expo permaneçam em Concórdia. Como resolver isso? Uma das alternativas seria conceder, permitir ou autorizar empresas, exclusivamente com sede no município, a assumirem com autonomia a realização do evento. Isso poderia ocorrer através do CDL, ACIC e/ou através de um pool ou associação de empresas. Enfim, é preciso popularizar os preços da Expo, retornando aos bons tempos em que a mesma valorizava os nossos interesses e comportava a participação efetiva de famílias e de suas crianças com menor poder aquisitivo. Congratulações: À segurança do Parque, efetuada pela gloriosa Polícia Militar de Concórdia sob o comando do respeitável Tenente Coronel Reinaldo Boldori e à ação de bravos policiais que não medem esforços no atendimento ao público de forma educada e competente. Pensamento da Semana: “Expo de Concórdia, para Concórdia e por Concórdia!”