quarta-feira, 3 de junho de 2009

DOS PÚLPITOS PARA A VIDA PÚBLICA

“DOS PÚLPITOS PARA A VIDA PÚBLICA”
Cesar Techio
Economista – Advogado - cesartechio@Yahoo.com.br
Nossas secretas e insofismáveis introspecções somente a nós pertencem. Nada melhor do que o silêncio, quebrado por encantadores louvores, para inspirar nosso amor por Deus, pelos semelhantes e pela pátria. Acuradas reflexões trazem à luz a realidade do dia, mês, ano que passou e o que está no porvir. Lançando um olhar sobre esses nossos tempos, sinto que perdemos grandes oportunidades para mudarmos a política e os políticos deste país. A mediocridade da politicalha que coloca acima dos interesses nacionais, o interesse dos próprios políticos, está a exigir mais coragem dos homens de bem, dos cidadãos compromissados com a ética e com o bem comum. Estes homens, de conduta irrepreensível e de postura moral inflexível, ao se fazerem ausentes do cenário da política, deixam sempre um vazio inexplicável, pois eles, baluartes da decência (refiro-me, desta feita, aos comprometidos com a doutrina cristã e com o Evangelho de Jesus), são o antídoto contra a indiferença dos governantes e políticos que caminham na direção oposta aos interesses sociais. Dos púlpitos das igrejas, é hora de descerem para a tribuna da vida pública, pois é urgentíssimo e necessário construirmos um Estado verdadeiramente capaz de prover com eficiência a saúde, educação, habitação e segurança pública, sem demagogias ou desvios éticos. Moralizar as finanças públicas, modernizar a economia e concretizar os princípios constitucionais em favor da dignidade dos cidadãos, deve ser compromisso inalienável de todos cristãos, em especial de líderes cristãos sintonizados com os ensinamentos de Jesus. Estes possuem o dever de se postarem ao lado dos anseios e inquietações do povo por conduta ética, moralização e transparência na política.
Se as mensagens do Velho e Novo Testamento causam contrariedade e fulminam, com veemência, os pontos podres da nossa organização política e social, nada mais eloqüente do que, destemidos líderes cristãos ampliem suas pregações para além dos cancelos das igrejas, em ação destemida na defesa da moralização da política, em favor da qual não se pode capitular.
Pelos itinerários inférteis da política suja, pelos conchavos que escamoteiam falcatruas que diariamente causam escândalos, que detonam o Parlamento e que comprometem as instituições e o Estado Democrático de Direito, clama o povo por homens ligados a palavra de Jesus, para que, com a mesma firmeza e lucidez com que pregam as prerrogativas do Evangelho do alto dos púlpitos das igrejas, também as façam valer do alto das tribunas da política. É preciso afrontar políticos desonestos de forma eficaz e definitiva. E isso só se faz substituindo-os por homens que possuam o dom da profecia e da coerência bíblica. Não só arrostá-los, de dedo em riste, mostrando com coragem e publicamente aos fiéis suas corruptelas, infidelidades e roubos, mas, substituindo-os, de uma vez por todas, em época de eleição! De uma introspecção na calada da noite, a exortação: “Pregadores, hasteiem a bandeira do Evangelho e mudem os políticos e a política do meu país. Pensamento da Semana: “Os teus príncipes são companheiros dos ladrões. E por quê? São companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e poderes; são companheiros dos ladrões, porque talvez os defendam; e são finalmente seus companheiros porque os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo”, Pe. Vieira, 1655.