quarta-feira, 13 de maio de 2009
SADIA: UMA HISTÓRIA
”SADIA: UMA HISTÓRIA”
Cesar Techio
Economista – Advogado - cesartechio@gmail.com
Recebo, sempre, e-mails. Alguns elogiando, outros construindo idéias divergentes e alguns atacando ferozmente minhas crônicas. Dia desses, um disse o seguinte: “Com muita satisfação e emoção li tua matéria “SADIA. “NOSSA EMPRESA, NOSSA VIDA”. Fostes muito feliz em tuas colocações. Refiro-me à importância que a empresa teve e tem no município de Concórdia. Cresceu junto com a cidade esbanjando pujança, dando exemplos, contribuindo para o enriquecimento de muitas famílias e empresas, preparando todos seus profissionais. Muitos deles atuam na sociedade concordiense. Revolucionou o comportamento social no município dentro do ambiente da Total Qualidade; contribuiu efetivamente com escolas, fundações, esportes, segurança pública, hospital, etc. Devemos sim, respeito e admiração por esta grande empresa, por quem trabalhou nela ou por quem dela se beneficiou direta ou indiretamente. Em todas as cidades gaúchas e catarinenses que residi, sempre exaltei o nome SADIA. Quando compro produtos do gênero, sempre escolho Sadia, porque sei de onde vem e como é produzido. Uma simples Sugestão: O município deveria fazer uma homenagem diferente à empresa, em forma de agradecimento e reconhecimento neste momento único vivido por ela: Todas as empresas e entidades que acharem por bem, durante uma semana, ou um mês, poderiam brindar seus clientes, colaboradores e fornecedores com a degustação de produtos SADIA. Pode não resolver o problema da empresa, mas diria nas entrelinhas: “MUITO OBRIGADO, NÓS PRECISAMOS DE VOCÊ AQUI.”
Reminiscências, saudades, sentimentos por um tempo que não podemos esquecer. Um dos primeiros funcionários do fundador e possivelmente o primeiro motorista da família e sequentemente da empresa, ainda nos tempos de Luzerna, migrou com os Fontana para Concórdia, meu pai, Santo Benvenuto Techio, hoje no alto dos seus lindos, lúcidos e memoráveis noventa anos. Desfilam por suas memórias os primeiros momentos, alegrias, vontade férrea e determinação de Atílio Francisco Xavier Fontana, frente à novel agroindústria, encravada no oeste catarinense. Como num filme, desponta Omar Fontana lhe acompanhando na cabine de um caminhão; os Fontana, ao tempo de Água Doce, Luzerna e depois Concórdia. Seu amigo Adolpho Bósio, a quem ensinou os primeiros passos à cidade de São Paulo... Teimam em aparecer nas lembranças, seus companheiros motoristas que já partiram para a viagem definitiva; seu primeiro caminhão importado, entregue em mãos pelo fundador; a sinuosa e perigosa estrada da “Ribeira; os caminhões levando produtos Sadia até o Rio de Janeiro; o “Patinho Feio”, um fantástico avião que seguia pelo litoral abrindo comércio pelas vias dos céus, em traçado muito mais rápido do que os trilhos que seguiam de Volta Grande para a capital paulista. Quantas viagens, eim, meu velho pai? E agora, meu querido, agora que a vida se esvai, gritando de saudades por entre tuas memórias, escorregando por meio de tuas enrugadas e cansadas mãos, choro por ti, pelos teus amigos e por um tempo que não volta mais.
Pessoas no lugar errado. Onde estava o “Head of the family” e “Commander” durante as equivocadas apostas em derivativos? Cuidando do desenvolvimento, da indústria e do comércio do país? Doando a sua vida, conhecimento, sabedoria e herdada sagacidade do avô em favor da sociedade brasileira? Doação patriótica: governo sem leme em casa. Júlio Cesar Santos, gerente de Unidade da SICREDI FRAIBURGO-SC, encerra assim seu e-mail: “Fui funcionário e joguei futebol de salão por oito anos, representando e levando o nome da SADIA por todo este Brasil, com respeito e disciplina. Tomei a liberdade de te enviar esse e-mail em homenagem à empresa pela qual tenho muita admiração.” Pensamento da semana: “O ser humano não pode deixar de cometer erros; é com os erros, que os homens de bom senso aprendem a sabedoria para o futuro.” (Plutarco). Sobreviva!