AMÉRICA LIVRE
Cesar Techio
Economista – Advogado cesartechio@Yahoo.com.br
Que dure o quanto durar. E, enquanto durar, o protesto vai bradar nas linhas destas crônicas. Protesto contra as medidas protecionistas adotadas pelas maiores economias do mundo em reação à crise, mas geradora de mais desempregos e miséria nos países emergentes; protesto contra a visita de Ahmadinejad ao Brasil, um líder tão confuso quanto perigoso, que defende a destruição de Israel abertamente, desenvolve armas nucleares debaixo no nariz do mundo civilizado, nega o Holocausto, defende a perseguição de minorias e a repressão das mulheres e dos homossexuais; protesto ao terror, como o patrocinado pelo Irã na Argentina contra a embaixada de Israel e contra o Centro Judaico Amia em 1994; protesto para dizer que a índole democrática do Brasil não pode legitimar representantes de países que apoiam o terrorismo, muito menos líderes tão funestos para a civilização e para a paz mundial.
A diplomacia brasileira vai de mal a pior ao acenar para relações com países como o Irã e a Venezuela de Hugo Chaves, este que no dia 1º de maio (dia do trabalhador) visitou oficialmente aquele país, proclamando a reunião com Ahmadinejad (acreditem) como a reunião do "G2", em oposição ao G20. Na visita ao Irã, Chaves afirmou que o FMI tem que ser eliminado, classificando o Fundo e o Banco Mundial (Bird) como "ferramentas do imperialismo". Aliás, o “chavismo” venezuelano prega para quem quiser ouvir o anti-semetismo, na linha do “Nosotros, los chavistas, despreciamos a los judíos y no reconocemos al Estado de Israel así como tampoco ninguna organización judía nacional e internacional”.
Lendo, pela rede, os principais jornais do planeta anunciarem a indignação mundial pela visita do presidente iraniano, custa acreditar que o Brasil ignore a história de Israel e admita em território brasileiro líderes antidemocráticos e ditadores que amedrontam e preocupam a América livre e os paises civilizados. Será que, no desenho geopolítico e econômico internacional, não encontram as autoridades brasileiras, algum país civilizado e democrático para abrir novas relações comerciais, sociais, científicas, culturais ou o “raio que o parta”? Era só o que faltava, o governo brasileiro “passar a mão na cabeça” destes ditadores insanos, abrindo-lhes as portas para relações sabe-se lá de que natureza. A dúvida é oportuna, vez que são pródigos estes líderes negativos, em controvérsias, afrontas e ameaças aos países de regime aberto e representativo.
Enquanto isso, em meio a gripe, que nada tem a ver com suínos, cuja carne saborosa alavanca a economia catarinense e brasileira, em meio a protestos roguemos a Deus para que proteja nosso país do vírus da crise mundial que gera o desemprego; do vírus da intolerância que gera a guerra; do vírus do preconceito racial que gera a violência; do vírus do egoísmo que gera a injustiça e, especialmente, do vírus da insanidade de ideologias agressivas que ameaçam espalharem-se pela nossa amada e sofrida América Latina, pois são fonte de destruição da democracia, da paz e da dignidade da pessoa humana. Pensamento da semana: “Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia o mas frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer mais nada.”( Valdimir Maiokóvski).