“FEIJOADA DO ZECA”
Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@yahoo.com
Um dia ensolarado, quente, colorido por camisetas e sorrisos lindos de mulheres excepcionalmente belas. Um dia perfeito que só poderia ser melhor com a Feijoada do Zeca. E foi. Entre idas e vindas ao chope regado com samba genuíno, desfilaram o que temos de melhor em inteligência, empreendedorismo e visão de futuro.
A “belle époque” em que ainda vivemos nesta ilha de prosperidade, entremeada por uma paisagem européia, parece intocada pela crise capitalista que se abateu no planeta, decorrente de projeções especulativas nas bolsas de valores sem lastro na realidade e no sistema produtivo. Assegura nossas perspectivas de bons dias pela frente, em meio ao mar encapelado das bolsas de valores e ao travo amargo das notícias televisivas, a máxima inclusão social. Nosso micro-sistema produtivo, favorecido pelas pequenas propriedades rurais e multifacetadas iniciativas empresariais acolhe cem por cento da mão de obra, sendo de extrema dificuldade quaisquer disponibilidades de pessoas para ocupar vagas. Nossa maior empresa vê-se às voltas com captação de mão de obra em municípios como Palmas-PR, Caçador, Ponte Serrada, Irani, Catanduvas, Jaborá, Arabutã, Ipumirim, Viadutos – RS, etc
Neste contexto, nosso município se coloca como importante pólo irradiador de desenvolvimento do oeste e, pelo menos por ora, parece imune ao desespero que se abate na maioria das cidades do país. O mais importante, todavia, é que as empresas assumam cada uma, suas específicas vocações, dando absoluta ênfase aos objetivos constantes em seus contratos sociais. Toda a aplicação financeira deve se voltar a investimentos em produtividade, melhores tecnologias, especialização de empregados ou ainda, expansão através da implantação de novas unidades produtivas, sendo imperdoáveis devaneios, em papéis sem lastro, no mercado financeiro.
Imperdoável, porque os lucros ou sobras líquidas devem, sempre e necessariamente, servir para reforçar a vocação originária sobre a qual as empresas se constituíram, cresceram e se consolidaram. Fora dessa perspectiva, malabarismos financeiros devem ser creditados a ingenuidade de quem não se perfila com os ideais dos fundadores.
Todo o esforço deve se voltar a produção de ativos de alta tecnologia com padrões de produção a menor custo, a exemplo do que vem sendo feito na China, Tailândia, Rússia, Índia, países que colocam seus produtos, aqui nesta cidade, a menores custos do mercado interno.
Esta realidade certamente pôde ser sentida pelo Presidente do CDL, Vilson Rosa e um grupo de empresários de Concórdia, os quais retornando da China desembarcaram diretamente na Feijoada do Zeca. Novas idéias “made in China”, para manter nossa ilha de prosperidade e garantir, já para o próximo ano, mais um sábado substancioso, de congraçamento, samba, alegria e feijoada bem temperada, à moda brasileira. Minhas homenagens, desta banda, são para Cláudio Peralta, extraordinário médico de nossa cidade.