quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

PRESIDENTE TCHÊ MENDES: CARTA NA MANGA DO PSD



Cesar Techio
Economista – Advogado


Causou perplexidade a fala de um vereador que reconheceu que a oposição é fraca e, a partir desta realidade, passou a criticar o direito do vereador Mauro Mendes (PSD) de apresentar o nome para concorrer à presidência da Câmara de Vereadores para o biênio 2015/2016. Após eleito com o voto de cinco partidos (PCdoB, PT, PPS, PSD, PSDB), as críticas continuaram pelas rádios locais, porque Mendes teria se vendido para o PT e traído o PSD. Nada mais desarrazoado. Por esta lógica seria exatamente o contrário: quem teria traído seriam os vereadores da situação ao votaram num candidato de oposição para lhes presidir. Ou não?  Tchê Mendes elevou o partido do governador Raimundo Colombo ao comando oposicionista do segundo posto de maior poder político do município. Partindo desta realidade, o discurso mediático do vereador da oposição (PMDB) pareceu inconsistente e constrangedor, na medida em que a valoração da decisão política de Mauro Mendes é de interesse exclusivo “interna corporis” do PSD. Por esse viés, obviamente tratou-se de uma visível tentativa de ingerência em casa alheia,

Ou será que alguém tem alguma bola de cristal para afirmar que a eleição de Mauro Mendes não fez parte de uma estratégia do seu próprio partido, cujo chefe maior é o governador Raimundo Colombo? Aliás, Colombo teve o apoio do PT nacional para governador e, agradecido, apoiou Dilma para presidente da República. Neste quadro, muita coisa se explica, sendo que a posição do vereador Jaderson Miguel Prudente (PSD) em ficar ao lado da bancada do PMDB, poderia ser interpretado como uma simples “mise en scène”, uma prudência (com o perdão do trocadilho), a fim de deixar as portas abertas para futuros entendimentos.

Por aí se vê, que as acusações de traição, foram temerosas e precipitadas. Ataques ao PT local, porque teria agido como Dilma Roussef ao editar um decreto ampliando os gastos de mais R$ 748 mil para emendas parlamentares em troca da aprovação do projeto de lei que alterou a Lei de Diretrizes Orçamentárias, pareceu surreal, dada a lisura e honestidade com que o PT trata da coisa pública aqui em Concórdia. Aliás, o combativo vereador do PMDB se esqueceu de que o seu partido ocupa o cargo de Vice-Presidente da República, vários Ministérios e está comprometido até o pescoço com a governabilidade nacional petista/pemedebista. De forma que, com todo o respeito, atirar pedra, aqui em Concórdia, no PSD (oposição) e PT (situação), quando se tem telhado de vidro, é pura incongruência.   

Mauro Mendes é um fenômeno da política local e surpreende com uma vereança serena. Agindo assim, teve o peito para colocar os interesses do povo de Concórdia acima dos conflitos político-partidários e, ao mesmo tempo elevar o seu partido a ser o fiel da balança em todos os projetos que tramitarem na Câmara de Vereadores. A palavra dada por ele deve se manter pelos próximos dois anos.  E, em se tratando de um gaudério de primeira, acredito que cumpra a palavra. Enfim, parabéns a Mauro Mendes, ao PSD e ao seu presidente Cezar Luis Pichetti e a Raimundo Colombo. E que o Patrão do céu te livre de toda arapuca, amigo Tchê! (Salmos 91:3).


Pensamento da semana: Rua Coberta e Centro Cultural: grandes presentes para Concórdia. Obrigado João Girardi e Neuri Santhier. Feliz e abençoado Natal.