Cesar Techio
Economista – Advogado
Causou perplexidade a fala de um vereador que
reconheceu que a oposição é fraca e, a partir desta realidade, passou a
criticar o direito do vereador Mauro Mendes (PSD) de apresentar o nome para
concorrer à presidência da Câmara de Vereadores para o biênio 2015/2016. Após
eleito com o voto de cinco partidos (PCdoB, PT, PPS, PSD, PSDB), as críticas
continuaram pelas rádios locais, porque Mendes teria se vendido para o PT e
traído o PSD. Nada mais desarrazoado. Por esta lógica seria exatamente o
contrário: quem teria traído seriam os vereadores da situação ao votaram num
candidato de oposição para lhes presidir. Ou não? Tchê Mendes elevou o
partido do governador Raimundo Colombo ao comando oposicionista do segundo
posto de maior poder político do município. Partindo desta realidade, o
discurso mediático do vereador da oposição (PMDB) pareceu inconsistente e
constrangedor, na medida em que a valoração da decisão política de Mauro Mendes
é de interesse exclusivo “interna corporis” do PSD. Por esse viés, obviamente
tratou-se de uma visível tentativa de ingerência em casa alheia,
Ou será que alguém tem alguma bola de cristal para
afirmar que a eleição de Mauro Mendes não fez parte de uma estratégia do seu
próprio partido, cujo chefe maior é o governador Raimundo Colombo? Aliás,
Colombo teve o apoio do PT nacional para governador e, agradecido, apoiou Dilma
para presidente da República. Neste quadro, muita coisa se explica, sendo que a
posição do vereador Jaderson Miguel Prudente (PSD) em ficar ao lado da bancada
do PMDB, poderia ser interpretado como uma simples “mise en scène”, uma
prudência (com o perdão do trocadilho), a fim de deixar as portas abertas para
futuros entendimentos.
Por aí se vê, que as acusações de traição, foram
temerosas e precipitadas. Ataques ao PT local, porque teria agido como Dilma
Roussef ao editar um decreto ampliando os gastos de mais R$ 748 mil para
emendas parlamentares em troca da aprovação do projeto de lei que alterou a Lei
de Diretrizes Orçamentárias, pareceu surreal, dada a lisura e honestidade com
que o PT trata da coisa pública aqui em Concórdia. Aliás, o combativo vereador
do PMDB se esqueceu de que o seu partido ocupa o cargo de Vice-Presidente da
República, vários Ministérios e está comprometido até o pescoço com a
governabilidade nacional petista/pemedebista. De forma que, com todo o respeito,
atirar pedra, aqui em Concórdia, no PSD (oposição) e PT (situação), quando se
tem telhado de vidro, é pura incongruência.
Mauro Mendes é um fenômeno da política local e
surpreende com uma vereança serena. Agindo assim, teve o peito para colocar os
interesses do povo de Concórdia acima dos conflitos político-partidários e, ao
mesmo tempo elevar o seu partido a ser o fiel da balança em todos os projetos
que tramitarem na Câmara de Vereadores. A palavra dada por ele deve se manter
pelos próximos dois anos. E, em se tratando de um gaudério de primeira,
acredito que cumpra a palavra. Enfim, parabéns a Mauro Mendes, ao PSD e ao seu
presidente Cezar Luis Pichetti e a Raimundo Colombo. E que o Patrão do céu te
livre de toda arapuca, amigo Tchê! (Salmos 91:3).
Pensamento
da semana: Rua Coberta e
Centro Cultural: grandes presentes para Concórdia. Obrigado João Girardi e
Neuri Santhier. Feliz e abençoado Natal.