Cesar Techio
Advogado - Economista
Velhaco também envelhece, de forma que cabelos
brancos não são, necessariamente, condecorações por uma vida reta, muito menos
atestado de idoneidade. Velhacos provectos, corroídos e venenosos, foram as
crianças de ontem, desobedientes, desrespeitosas, pouco afeiçoadas a disciplina
e sem força de vontade. E que se tornaram jovens sobrecarregados pelas
futilidades da vida. Sem qualquer alicerce, alienados e com a personalidade
conturbada, ao ingressarem na vida adulta, se tornaram um verdadeiro desastre,
sempre tentando usar os outros como trampolins. Largados na farra beberam
desenfreadamente em bodegas e em zonas de meretrício, quando não buscaram
drogas mais sofisticadas e pesadas. Arrogantes, dilapidaram o patrimônio que
lhes chegara às mãos, deitando-se no suor dos pais. Ao casarem, tornaram-se
sanguessugas, dependentes do trabalho da mulher e, entediados com o casamento,
abandonaram a família e os filhos, negando-lhes amparo afetivo e material.
Para esta turma desqualificada, não basta o
travo amargo da luta pela sobrevivência, a que todos estamos sujeitos. Não!
Sempre fazem questão de causarem sofrimento aos entes queridos, com atitudes
egoístas e omissivas. Abnegados, pais, esposas, filhos e amigos sinceros lhes
empurram com os ombros escada acima. Mas eis que sempre escarnecem e colocam
forças nos pés para se lançarem escada abaixo, derrubando na amargura e na
tristeza os únicos que verdadeiramente se importam com a sua felicidade. Por
fim, nas latrinas em que se meteram jogam o mínimo do senso de responsabilidade
que ainda se espera deles. E assim, de leviandades em leviandades, quando se dão
conta, a velhice e a decrepitude já lhes bate à porta. Mas aí já é tarde.
Fazer festa com os
amigos, deitar e rolar a vida toda em cima de pais preocupados, esposas
abnegadas e de filhos desamparados, tem um preço a pagar. Por isso é oportuno o
provérbio que diz: “Ensina a criança no
caminho que deve andar, e quando ela for velha, não se desviará dele”
(Provérbios 22: 6). É preciso dizer às crianças de hoje, que a semeadura é livre, mas a colheita
obrigatória e de que um futuro
promissor depende das boas ações praticadas no presente. Ou como diz a
Bíblia: “Não vos enganeis, tudo o que o
homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6:7). Na realidade, o bom
caráter brotado na infância, florescido na juventude e frutificado na vida
adulta é a única condecoração que se pode reconhecer como válida para os velhos
de hoje. Pense nisso, pois muito antes do que você espera chegarão os anos da
velhice. E quando chegar tomara que você possa dizer como Paulo: “Quanto
a mim, chegou o tempo de minha partida. Combati o bom combate, terminei a minha
carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a coroa da justiça, que me
dará o Senhor, justo juiz, naquele dia; e não somente a mim, mas a todos os que
tiverem esperado por Ele com amor” (2 Timóteo 4,6-8).
Pensamento da semana: O álcool não faz as
pessoas fazerem melhor as coisas; ele faz com que elas fiquem menos
envergonhadas de fazê-las mal. William Osler