sexta-feira, 29 de novembro de 2013

OS AMIGOS DA ONÇA E OS AMIGOS DE VERDADE


               Cesar Techio
               Economista – Advogado
                cesartechio@gmail.com.br
                  
          Existe um ditado que diz que quem tem um amigo, tem um tesouro. Todavia, é preciso ressalvar, que este amigo seja um amigo leal, que tenha sincero compromisso com uma relação de amizade construtiva, que permita na proporção de cada idade e maturidade a existência de uma força conjunta de vida e de alegria. Uma verdadeira amizade proclama a superação do egoísmo, da falta de preocupação com a pessoa do outro e aceita a responsabilidade de criar condições para fazer com que o outro cresça no esforço e no sacrifício de ser cada vez melhor. Uma verdadeira amizade incentiva o outro a ser mais aplicado, a tirar boas notas na escola, a trabalhar com seriedade, a ser responsável diante dos compromissos assumidos, a cumprir obrigações e horários, a ser obediente e disciplinado. Uma verdadeira amizade é aquela que torce pelo êxito do outro, mas não compactua com erros e equívocos.

            Doutra banda, não é muito difícil descobrir um amigo da onça.  Normalmente é infantil, imaturo, só lembra de você para pedir alguma coisa, e rejeita constantemente a sociedade e todos os que não estejam de acordo com a sua própria vontade. O amigo da onça sempre tenta dominar e render o outro ao capricho de seus desejos. É egocêntrico e só pensa nele mesmo. Às vezes me pergunto como pode uma pessoa que orbita em torno do seu próprio umbigo, amar verdadeiramente?

            O ego do amigo da onça o identifica com os objetos que o circundam: as roupas que veste, os títulos universitários, os cargos profissionais e políticos, o automóvel, a casa, o dinheiro e a posição social... Ao perder qualquer destas coisas, o amigo da onça entra em paranoia, acha que está morrendo e ingressa num processo existencial doloroso.

            Na realidade, o amigo da onça nunca se identifica com você, com suas dificuldades, problemas, sonhos, ideais e esperanças. Preste atenção em todos os que você pensa que são seus verdadeiros amigos. Reflita sobre o que eles dizem e como se comportam no dia a dia. Há uma linha invisível entre o verdadeiro amigo e o amigo da onça.  Observe com atenção àqueles que se aproximaram de você ao longo da vida. Analise a história dos seus amigos de infância, de adolescência, de colégio, universidade... O que permaneceu dos antigos amigos? Dê uma olhada no velho álbum de fotografias. Identifique nele aqueles que foram seus verdadeiros amigos. Isso vai lhe fazer bem. Apreenda. E siga em frente.


            Pensamento da semana: “O falso amigo é como a sombra que nos segue enquanto dura o sol.” Carlo Dossi