Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com.br
Sem
festejar a vida (mesmo em meio a dor do travo amargo dos acidentes, desastres, catástrofes
e da tensão diária pela sobrevivência) os homens não poderiam viver juntos e
nem consigo mesmos. As festas distendem, despertam o ânimo e quanto mais
animadas mais indispensáveis ao amor próprio e a coesão social. Ao som
das bandinhas e no abraço amigo das confraternizações a sociedade se mantém
cooperando consigo mesma, as pessoas se desapegam de seus egos, abandonam o
isolamento enfadonho e fogem da monotonia do dia a dia. As festas das
comunidades são a melhor solução para se livrar das mazelas psiquiátricas, das
melancolias, mágoas e abatimentos enraizados nos compartimentos dos cérebros
daqueles que se recusam a sair de casa e a conviver com os outros. Comer,
beber, dançar e cantar em comunidade. Esta é a receita de saúde mental mais
velha do mundo. Com ela, grande parte dos consultórios e hospitais
psiquiátricos poderiam fechar as portas. Por isso sou a favor da celebração. A
favor das histórias e piadas contadas pelo Lentes durante o churrasco macio
regado a cerveja gelada na festa da comunidade de Linha São Paulo no último
domingo; a favor das cantorias que resgatam a italianidade dos sofridos
descendentes italianos que fizeram a riqueza desta região, como os da Linha
Ipiranga; a favor dos kerpes e das comidas alemãs de Arabutã e Peritiba,
enfim, sou a favor de todo o processo terapêutico das festas comunitárias que
curam a alma e embalam o coração.
Por trás destes
encontros festivos existe muito trabalho e intensa atividade nas estruturas que
acolhem o povo. O centro de eventos da Linha São Paulo, por exemplo, tem o
tamanho do coração daquele povo e é reflexo de investimentos pesados, a exemplo
de outros centros comunitários espalhados pelo interior do município.
Locomover-se até eles, muitas vezes exige transitar por estradas de terra, aqui
no nosso município praticamente todas bem conservadas. No caso do acesso à Linha São Paulo,
finalmente o município com a ajuda do governo federal, começa a asfaltar a
última etapa, o que vai viabilizar locomoção mais rápida e menos poeira em via
de intenso tráfego e alta densidade demográfica. Em crônica pretérita apontei a
necessidade de asfaltar o acesso ao CTG Fronteira da Querência, uma das mais
frequentadas instituições tradicionalistas do oeste de Santa Catarina.
Sensível aos pedidos da
comunidade de Fragosos o prefeito João Girardi assinou Ordem de Serviço para o
início imediato do asfaltamento que beneficiará, também, o Recanto dos Idosos e
o Centro de Internamento Provisório de Menores. É evidente que não é possível
asfaltar toda a malha viária do interior, mas, a boa conservação, além de
permitir o escoamento dos produtos agrícolas também estimula a participação
popular dos visitantes que residem na cidade. De forma que, se você receber um
convite para participar das festas comunitárias do interior, agarre-se a ele e dê-lhe
a chance para conduzi-lo a um estado de espírito festivo, daqueles que queimam
o tédio, a monotonia e tornam a vida mais bela.
Pensamento da semana:
“A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças, do que
nos nossos bolsos.” Arthur Schopenhauer