quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

“Conseguiremos ser felizes no ano novo?”

Cesar Techio - Economista – Advogado

cesartechio@gmail.com



“Feliz ano novo” é a frase mais ouvida na virada de ano. Desejamos aos familiares, amigos e conhecidos, que 2012 seja próspero, cheio de saúde e alegrias e, recebemos em contrapartida, felicitações e auguro para um “Feliz Ano Novo”. A proposta, na virada de ano, é exatamente a mesma do ano anterior. Vivemos uma vida repetitiva, de velhas rotinas, dentro de mecanismos antigos, sempre controlados pela mente adaptada aos costumes. Era assim com nossos avós, pais e assim será com nossos filhos. Apesar de todos os desejos por um “Feliz Ano Novo”, continuamos os mesmos, pensando da mesma forma, com os mesmos erros e equívocos. Caminhamos, neste ano que chega ao fim, dentro do ritmo e do padrão pré-estabelecido pelo modelo de formação imposto pelas gerações passadas. Se pararmos para refletir, por um instante, perceberemos que somos como uma máquina, um robô, funcional, hábil, capaz de resolver mil e um problemas, mas nada original, sincero, verdadeiramente humano e capaz de resolver os próprios problemas. A rotina, a repetição, o padrão pré-estabelecido não deixará, jamais, que o desejo por um “Feliz Ano Novo”, se torne realidade. O problema é que deixamos que o passado, morto, permaneça sem piedade, controlando as nossas vidas.

Não é hora de mudar? Precisamos fazer algo novo, nem que sejam pequenas mudanças no jeito como temos vivido. Comece, nesta virada de ano desejando sincera e ardentemente “Feliz Ano Novo” para você mesmo. Apare a barba, tire o bigode, mude o corte de cabelo, as roupas, o andar, o sorriso e o modo de pensar. Ajude sua mulher a lavar a louça, abrace os filhos, mesmo crescidos, pare de achar defeitos em tudo e em todos. Dance, pule, crie um pouco de vergonha em ser tão estúpido. Os velhos hábitos entrarão em choque e, aos poucos, em colapso, perderão o controle sobre sua vida. Mude o estilo, seja menos ambicioso, tenso e burro. Deixe de querer controlar os outros. Elimine as velhas táticas. Ouça o coração e torne o desejo por um “Feliz Ano Novo” uma realidade. Caso contrário, não cumprimente ninguém neste final de ano. Desejar “Feliz Ano Novo” sem uma decisão firme para mudar a essência da sua vida, é hipocrisia. Assim, evite desejar feliz ano novo para si e para os outros, se não estiver sincera, humilde e corajosamente com vontade de interromper a sua velha maneira de viver e de se comportar. Buscar soluções drásticas a nível pessoal, mergulhando no desespero, angústia, decepção, com menosprezo por si mesmo, é pura bobagem. Se dê, mais uma vez, a oportunidade de ser feliz, em 2012. Mude o padrão, o modelo e viva o seu sonho. Enfim, papai, mamãe, filho, filha, sobrinho, família, amigo: vamos mudar em 2012?

Pensamento da semana: “Chegaram ao fim os dias de gastar o dinheiro que não temos, comprando coisas de que não precisamos, para impressionar pessoas que não conhecemos.” Tim Jackson, professor da Universidade de Surrey, Veja, edição 2249, pág. 168, de 28/12/2011.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NATAL NA ESTREBARIA

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com


O nobre casal Maria e José, por ocasião do nascimento de seu filho, em nada difere dos casais pobres, sofridos e hipossuficientes dos dias de hoje. Ela grávida, viajaram de Nazaré, na Galiléia, para Belém, na Judéia, para atender um decreto do Imperador Romano Cesar Augusto, que determinava que todos voltassem à terra natal para se registrar devido a um novo recenseamento. Chegando à cidade, todas as hospedarias estavam lotadas. Ela prestes a parir, procuraram um local qualquer, devido à extrema urgência. Encontraram uma estrebaria, cocheira ou estábulo e se ajeitaram como puderam em meio ao mau cheiro de excrementos dos animais. Tratava-se de um jovem e desesperado casal tentando encontrar um lugar descente para receber o neném, adentrando num lugar fétido, sem iluminação ou qualquer estrutura sanitária e higiênica. Maria obrigou-se a deitar em meio a palhas sujas e animais assustados. Longe de qualquer estrutura familiar, sem qualquer apoio humano ou logístico, sem qualquer estrutura de saúde, ela concebeu o bebê. Estas foram as verdadeiras e chocantes condições do quadro real que emoldurou o nascimento de Jesus, comemorado no dia 25 de dezembro. Infelizmente, o verdadeiro natal foi diferente dos sonhos de natais que povoam a imaginação consumista dos nossos tempos.

A festa celestial que acompanhou o nascimento de Jesus, com anjos avisando pastores que correram para vê-lo, também em nada se assemelha a realidade histórica da humanidade. Crianças, quando não assassinadas ainda no seio da mãe, nascem em meio a uma realidade sócia, política e econômica atroz. Só na Coréia do Norte, cuja morte do louco ditador Kim Jong-il se verificou no dia 17 de dezembro, crianças nascem e passam a vida toda em campos de concentração nos quais mais de 200 mil pessoas, seus pais e mães, se encontram encarcerados por motivos puramente políticos. Em época de paz, como a que vivemos no Brasil, a miséria devastadora humilha incontáveis crianças que nascem na pobreza, nas estrebarias da vida, muitas vezes bem na frente do nosso nariz egoísta, dos nossos olhos egocêntricos e da nossa riqueza ostensiva. Nesta perspectiva natalícia, miserável e criminosa, de dor e tristeza encravada no nascimento e no destino de milhões de crianças, o quadro poético do natal deve ceder a fortes ações de filantropias e a um melhor amadurecimento do conceito de responsabilidade social. Comece, neste natal, levando seus filhos para visitar outras crianças desprovidas. Leve presentes natalinos e se associe a eles durante o ano de 2012 e nos anos que se seguirem. Ajude em tudo o que a sua família puder (pré-natal, material escolar, uniformes, ranchos mensais, matrículas e mensalidades em cursos diversos, etc.). Não pratique um ato isolado. Adote uma sistemática integrada, planejada e estratégica para colaborar permanentemente com crianças necessitadas a fim de que elas viabilizem o seu próprio futuro. Crie uma cultura de solidariedade. Só assim o Natal existencial vai valer a pena. E considere que, “ações esporádicas, doações e outros gestos de caridade não vinculados à uma estratégia permanente não podem ser considerados como atuação de responsabilidade social. Grande parte das pessoas e empresas que acreditam estar sendo socialmente responsável pratica, na realidade, caridade e paternalismo.” (Elenice Roginski Santos)

Pensamento da semana: Em 2012 assuma como verdadeiro projeto de vida, ajudar a reavivar a ABAC, instituição cristã verdadeiramente voltada à responsabilidade social. Feliz Natal.



Techio, Paz e bem!!!

Esta mensagem que recebi, achei interessante te enviar, ela mostra que o Natal não é de Jesus que ocorreu a mais de 2.000 anos, mas o nosso renascimento com o natal de Jesus. Gostei da frase no prédio da rodoviária onde está escrito:

"Neste natal, não se esqueças do aniversariante."


Eu sei que você vai se lembrar e o artigo Natal na estrebaria prova isso.
Por isso um feliz e Santo Natal e um novo ano cheio de realizações.

Frei Luis Toigo
freitoigo@hotmail.com

domingo, 18 de dezembro de 2011

PUBLICAÇÕES NATALINAS

Revista O Corujão




Revista Focus



Revista Magazine 21

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

”FOFOQUEIROS”

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com


Pessoas mortas controlam as vivas. A afirmação tem sentido. Desde a infância, somos condicionados pelos nossos pais a sermos o que eles foram. Eles por sua vez foram condicionados pelos pais deles, nossos avôs e estes pelos pais deles, nossos bisavôs. Após gerações, continuamos errados, cometendo os mesmos erros, ligados na tradição (palavra de radical grego que significa trair). Assim, traímos a evolução e continuamos controlados pelos mortos, ligados a eles genética, emocional e ideologicamente. E, como autômatos vamos controlando nossos filhos e estes controlarão os deles, sempre repetindo os mesmos erros, as mesmas doenças, as mesmas crenças, as mesmas burrices dos que morreram. A revista Veja, edição 2247, numero 50, pág. 73, que circulou no dia 14/12/2011, traz uma reportagem sob o título: “Só faltava esta: xiitas do Afeganistão são massacrados em feriado religioso”. A encrenca tem a ver com uma disputa que se estende há séculos sobre quem são os legítimos herdeiros do fundador da religião muçulmana. Mais adiante outra reportagem, “Guerra Perdida”, estampa o conflito conhecido como Guerra do Vietnã, na qual milhares de jovens americanos e vietnamitas perderam a vida. E assim caminha a humanidade. Desde os grandes massacres promovidos por ditadores, regimes totalitários ou em nome da religião ou ainda da política, até as encrenquinhas domésticas e fofocas entre vizinhos. E sempre foi assim. Ficamos transferindo hábitos, ódios, egoísmos, de uma geração para a outra. Por isso digo que pessoas que morreram há séculos continuam controlando os vivos.

Mas, hoje, temos grandes oportunidades para mudar o eixo desta tradição (traição). É preciso romper este círculo vicioso, a começar pelos relacionamentos mais simples. Lançar um olhar de amor, consideração e respeito pelos outros, eis o primeiro segredo. O segundo é cuidarmos da nossa própria vida. Lavar a boca toda a vez que nos dá aquela coceirinha para fofocar da vida alheia e deixar os outros viverem em paz. Emendar notícias é especialidade dos fofoqueiros. Entretanto, nem tudo o que nos falam ocorreu exatamente como nos falam. A religião, cor da pele, opção sexual e política, sob o ponto de vista dos princípios e fundamentos da nossa constituição, dizem respeito a intimidade e privacidade de cada um. Cada qual torce pelo time de sua preferência e precisamos frutificar a tolerância com relação a isso.

Enfim, precisamos regressar a infância, consertarmos os erros que nos inibem de viver em paz e fraternalmente começar tudo de novo. Primeiro é necessário rompermos o cordão umbilical com a maneira errada de viver daqueles que já se foram. É fundamental cortar as velhas raízes e liberar na nossa cabeça e coração, uma nova consciência, um novo renascer. Uma vez destruído o controle das gerações passadas, com uma nova visão será possível curtir essa vida com muito mais alegria e saúde. Neste ano que chega ao fim, vamos jogar no lixo os preconceitos, a rabugice, o mau humor, as fofocas e largar de vez “do pé” das pessoas. Vamos amar de verdade, a começar pela nossa família, nossos filhos, consortes, parentes e amigos. Depois as pessoas que são diferentes, que pensam e que vivem de forma diferente do que nós. Tenhamos coragem para fazer isso. E feliz ano novo!

Pensamento da semana: “Rogério Pacheco, um grande defensor dos interesses do povo e de um Plano Diretor mais inteligente. Em meio a surdos e mudos, faz história na oposição e merece nosso respeito.”

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

QUANDO O CASAMENTO ACABA

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com



Amar a esposa e a amante, ou simultaneamente várias mulheres, mantendo relacionamentos duplos, triplos, quádruplos, a meu ver, apenas mostra o quanto podemos ser divididos. Uma parte ama a esposa e a outra a amante. Uma personalidade é a do pai de família e a outra a do garanhão, a do super macho. Um agir assim ao longo dos anos, somente mostra uma dupla personalidade. Se sair bem com a esposa e correr para a amante e com ela também se sair bem e, esconder da esposa e da outra, a verdadeira personalidade, num vai e vem eterno, num esconde-esconde de mentiras, com imagens diferentes, uma para a amante, outra para a esposa, somente mostra o quanto somos fragmentados. O problema é que, com o passar do tempo, um homem que age assim acaba por não mais se reconhecer. Chega um momento que ele não sabe mais quem ele é realmente. Eis aí, o conflito íntimo, pessoal, que se transforma numa tremenda confusão, mesmo porque, o amor, não tem nada a ver com duplicidade, com sexo, mas com companheirismo e, principalmente com integração. O amor verdadeiro por uma mulher faz com que o homem fique integrado com ela, e com ela se torne uma pessoa só.

Um homem que possui várias mulheres acaba perdendo a identidade e no final, neurótico, precisa de ajuda psiquiátrica ou de pessoas estranhas, o que me parece ridículo, pois advogados, juízes e promotores, não foram necessários para iniciar o relacionamento do casal, mas são imprescindíveis para ajudar a terminá-lo sem maiores traumas e seqüelas. A ausência de sanidade é absoluta, pois se duas pessoas foram capazes de iniciar um relacionamento, também deveriam ser aptas a, no momento da separação, agradecer uma a outra pelo amor, que foi maravilhoso, mas que chegou ao fim.

Em muitas separações, casais argumentam que a amante ou o amante fazem sexo com maior desenvoltura. Mas, tento explicar, quando me procuram, que o problema não é o sexo, a não ser que a mulher ou o homem sejam exageradamente sensuais. Porque, no fundo, homens e mulheres não querem sexo, querem, na verdade, amor, lealdade, parceria nos projetos de vida, diálogo, respeito, confiança e cumplicidade. A vida a dois exige partilha. Compartilhar e confiar, eis o segredo de um bom relacionamento. Assim também é com todos os relacionamentos em sociedade. É preciso confiar. É claro que existem “amigos da onça” que, devido a um caráter infernal, muitas vezes quase imperceptível, são capazes de lhe trair. Mas, trair é um problema deles. O importante é não se deixar contaminar, não tornar o problema deles em seu. O que importa, é que a única possibilidade de um bom relacionamento é o respeito. O respeito é a ponte. Essa ponte pode ser quebrada quando a personalidade se duplica. Mas, não é porque uma mulher, um homem ou um amigo o traiu que toda a humanidade é trapaceira e fará o mesmo. Muitas vezes tenho constatado os super-copuladores, já doentes, velhos e acamados, sendo bem atendidos pelas virtuosas esposas ou até pelas ex-esposas (vejam só), porque, as amantes, essas não botam a mão para limpar as partes íntimas deles. Enfim, se quiser viver feliz, fique focado e não brinque com o amor, pois ele é a mais profunda base do seu ser.

Pensamento da semana: “Muitos bebês que nascem nos campos de prisioneiros ficam lá pelo resto da vida”. Do relatório da ANISTIA INTERNACIONAL, sobre a Coreia do Norte por maus-tratos a seus 200.000 presos políticos. Veja, edição 2.246, pág. 73, de 07/11/2011.