quarta-feira, 27 de outubro de 2010
NOVO PRESIDENTE DE PLANTÃO
foto: Curitiba - PR
Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com
O intervencionismo estatal, em certas circunstâncias é aconselhável como sensato imperativo para o desenlace de difíceis problemas sociais resultantes da alta concentração de renda e exploração desenfreada do liberalismo econômico. O que interessa é que o Estado não se constitua em um fim em si mesmo, mas se mantenha como instrumento capaz de assegurar (e não de acabar), o valor da dignidade da pessoa humana, os princípios universais do direito do homem, o direito à vida, à privacidade, às liberdades democráticas, pouco importa o futuro presidente de plantão e seus êmulos. Convém observar que as instituições brasileiras são capazes de resistir à eventual panacéia de um presidente e dos que pretendem abolir a propriedade privada e as liberdades democráticas, detonar o judiciário ou ainda reduzir a vida humana ao materialismo, o qual “consiste em professar que o espírito não tem existência antes do corpo; o espírito é fato secundário, função do cérebro e imagem do mundo exterior” (Lênin, Materialismo e empiriocentrismo). O liame doutrinal entre o Plano Nacional dos Direitos Humanos de Lula e a vetusta controvérsia de Engels, de que “o mundo material é a única realidade, nossa consciência e nosso pensamento, por transcendentes que pareçam, não passam de produto de órgão material e corporal, o cérebro; a matéria não é produto do espírito; este, sim, é produto superior da matéria”, é gritante. Só não percebem os cegos surdos.
Talvez seja por isso que um magistral juiz de direito, dias destes, ante minha surpresa diante de certa situação, afirmou o seguinte: “Dr. Techio, o judiciário pode ser cego, mas não é surdo”. Assim se espera da sociedade brasileira e de suas instituições: se forem cegas, que não sejam surdas; se forem surdas, pelo menos que não sejam cegas. Por óbvio que não se insere nos nossos caros princípios constitucionais a aproximação do presidente a governos sanguinários (Irã e Cuba, por exemplo). Muito menos o emblemático e desumano PNDH3, indisfarçável diretriz oficial ideológica do governo Lula e filhote de uma esquerda perdida e comprometida com políticas de países como o Irã, Cuba e Venezuela. Sempre lembrando que o Irã é governado por um governo que apedreja até a morte mulher infiel, e Cuba por uma raivosa e insane orientação de cunho marxista, igualmente assassina, estéril e covarde na medida em que, por décadas trancafia opositores políticos.
Que ninguém se iluda. A concepção materialista do mundo e o ateísmo se constituem no terreno em que se esteia o ponto de partida e a problemática do jugo de um governo apartado da democracia. Enfim, a advertência de um amigo, já falecido, que admiro e que traduz uma autêntica posição em defesa da ordem moral: “Qualquer que seja o progresso técnico e econômico do mundo, não haverá nem justiça nem paz enquanto os homens não voltarem ao seio da dignidade de criaturas de Deus, primeira e última razão de ser de toda a realidade por Ele criada. O homem separado de Deus torna-se desumano consigo mesmo e com os semelhantes, porque a relação ordenada de convivência pressupõe a relação ordenada de consciência pessoal com Deus, fonte da verdade, da justiça, do amor” (João XXIII).
Pensamento da semana: “Como todos sabem, Lênin era um teórico lastimável... É evidente também que os conhecimentos filosóficos de Lênin eram muito bons para fazer as pessoas boas rirem... Materialismo e empiriocentrismo será eternamente um modelo de estupidez extrema” (Bukarine, pensador bolchevista famoso, mas fuzilado por ocasião dos “expurgos’ dos anos 30).
Homenagens da semana: Ao magnífico juiz de Direito Dr. Uziel Nunes de Oliveira que com seu brilhantismo e força moral honra o Poder Judiciário Catarinense em nossa Comarca
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
"RELIGIÃO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS"
Foto: Curitiba - PR (Passeio Público)
Cesar Techio - Economista –Advogado cesartechio@gmail.com
Se, os candidatos a presidente da república acreditam ou não na existência de Deus, isso é absolutamente irrelevante. Mesmo porque, até o diabo acredita. Tanto acredita que Lhe tentou tomar o lugar numa rebelião celeste, descrita na bíblia. Todavia, ao contrário do que alegou o protegido do presidente Lula, José Sarney, no sábado dia 16/10/2010, de que lamenta “que o problema da religião tenha aflorado nesta campanha, acho que, quando temos religião, participando da política, temos inevitavelmente um caminho que vai terminar no fanatismo”, os princípios cristãos devem necessariamente ser a base de toda a discussão política nesta reta final da campanha presidencial. Ocorre que o problema não se circunscreve a uma singela discussão religiosa. Mas a um questionamento sobre a práxis cristã de cada um dos candidatos. O que interessa, para eleger um bom presidente é aquilatar seu compromisso com a vida, com os princípios fundamentais da pessoa humana, com a democracia e com o respeito ao direito alheio, pois é isto o que mantém a dignidade de cada cidadão.
A resposta fundamental que pode nos ajudar a decidir corretamente em quem votar tem a ver com as práticas habituais de cada candidato no decorrer de toda sua vida pública. Principalmente em questões essenciais que digam respeito ao direito natural, aos princípios constitucionais, universais e cristãos. A pergunta do eleitor deve ser: Qual dos dois candidatos melhor demonstrou com todo o seu coração, alma, forças e entendimento, verdadeiro amor ao povo e aos direitos humanos? Conta Lucas, um dos apóstolos, que certo doutor da lei perguntou a Jesus, o que deveria fazer para herdar a vida eterna. Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu? Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem. “Faze isso, e viverás.” Como se vê, na hora de votar não deve ser difícil escolher entre Dilma Roussef e José Serra. Basta observar qual dos dois, durante sua vida pública, foi coerente com o direito à vida.
E não adianta tentar, agora, na reta final da campanha, usar Deus como cabo eleitoral e o seu santo nome como slogan de uma prática nunca vivenciada, apostando alto na fé dos cristãos. Neste ponto, Pedro, o apóstolo, foi genial. Num recado que nos serve hoje, ele disse o seguinte: “Façam todo o possível para juntar a bondade à fé. À bondade juntem o conhecimento e ao conhecimento, o domínio próprio. Ao domínio próprio juntem a perseverança e à perseverança, a devoção a Deus. A essa devoção juntem a amizade cristã e à amizade cristã juntem o amor. Pois são essas as qualidades que vocês precisam ter. Se vocês as tiverem e fizerem com que elas aumentem, serão cada vez mais ativos e produzirão muita coisa boa (...). Mas quem não tem essas coisas é como um cego ou como alguém que enxerga pouco”. Por óbvio que José Sarney (até por seu histórico de acusações de corrupção) não tem moral para criticar os cristãos e afirmar que a religião descamba para o fanatismo quando questiona projetos políticos dos candidatos a presidência da república. E também está muito enganado, porque aposta em cristãos cheios de fé, mas ignorantes e atrasados. Por óbvio que discernimento, conhecimento e informação, nos dias atuais, caminham junto com a fé de todo bom cristão.
Pensamento: “O direito de nascer é o mais importante dos direitos humanos. Se o aborto não for debatido agora, durante as eleições presidenciais, vai ser debatido quando?”
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
"ELEITOR TEM BOA MEMÓRIA E NÃO PERDOA"
Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com
O povo do Estado de Santa Catarina é um exemplo para o Brasil: tem boa memória. E por conta disso impôs uma estrondosa derrota à candidata ao governo, Ideli Salvatti. Com apenas 21,90% dos votos dos eleitores, colheu o que plantou quando, com o seu partido, o PT, se aliou a José Sarney e a Renan Calheiros no Congresso Nacional. Em minha crônica “TAPA NA CARA”, de 26/08/2009, escrevi: “... o discurso de Sarney cedeu lugar ao que verdadeiramente interessa ao povo brasileiro: sua participação na fundação que leva seu nome, os negócios com crédito consignado de seu neto, a nomeação de servidores com relações próximas, os atos secretos, etc. Em meio a este turbilhão, o PSDB e o DEM, vencidos no caso das onze denúncias contra Sarney, abandonam e propõe a extinção do Conselho de Ética. Também pudera, três petistas, aplaudidíssimos por Renan Calheiros e Fernando Collor de Mello, votaram a favor do arquivamento das denúncias. São eles: João Pedro (AM), Delcídio Amaral (MS) e Ideli Salvatti (SC). A atitude do senador Eduardo Suplicy, após o pedido de desfiliação da senadora Marina Silva (PT-AC) e do senador Flávio Arns (PT-PR), demonstra claramente que o PT foi rachado para sempre. E não é para menos. Flávio Arns pretende que a Justiça diga que o PT foi infiel ao seu ideário político. Eduardo Suplicy e Pedro Simon (PMDB-RS), em meio a 81 senadores que compõem o Senado Federal, ergueram bandeira contra a vergonhosa bandalheira que se instalou no Congresso Nacional e tiveram a coragem e dignidade de baterem de frente contra os amigos de Sarney, incluindo o presidente Luis Inácio Lula da Silva. Para nós, catarinenses, o que mais impressionou foi o voto subserviente da Senadora Ideli Salvatti, um verdadeiro tapa na cara e na decência dos eleitores e uma amarga decepção e vergonha aos petistas de boa índole”.
Na semana seguinte, em 02/09/2009, com o título “LULA NÃO FARÁ SEU SUCESSOR”, ainda escrevi: “A par destas acusações, após o arquivamento das onze denúncias contra Jose Sarney com o apoio do PT (inclusive da senadora catarinense Ideli Salvatti), o Senador Flávio Arns (PT/PR) jogou “lama” no ventilador: “O PT jogou a ética no lixo e vai ter que achar outro caminho. Deu as costas ao povo, à sociedade e às bandeiras tão caras a tantas pessoas. Tenho vergonha de estar no PT”.
Conhecida a política de Brasília, envolvida a proteger esquemas internos de corrupção e externamente simpática a governos totalitários, distingue-se pela ausência de escrúpulos, quando apóia essa gente, e pelo repúdio a valores inalienáveis quando, através do Gabinete da Presidência da República, propõe à nação o Plano Nacional dos Direitos Humanos, o qual, de humano não tem nada. Enfim, o que menos conta em certos segmentos políticos são os ideais de liberdade e a lealdade aos princípios humanos, constitucionais e universais. Basta constatar o imbróglio político que, em Alagoas, levou Renan Calheiros para o seu terceiro mandato de senador da República. Passou a honestíssima e competente Heloísa Helena (dada como eleita, ficou em terceiro lugar). Em termos de alienação, bem melhor seria votar num Tiririca da vida, palhaço assumido mas de bom coração. Enfim, de alienado o povo catarinense não tem nada. Mesmo diante de um discurso antidemocrático e raivoso de Lula, ao atacar Luiz Henrique e propor extirpar o DEM da política brasileira, elegeu Raimundo Colombo (DEM), Paulo Bauer e o ex-governador Luiz Henrique ao senado Federal. Da mesma forma, quando Ideli Salvatti se aliou a Sarney e a Renan Calheiros, passou a vê-la como um deles. É que o povo daqui conhece a máxima: “Me diga com quem andas que te direis quem és”. E, de quebra, sabe dar o troco.
Pensamento da semana: "Quando for roubar dinheiro público,não se esqueça que na sua conta tem a honra de um homem envergonhado por ter que ver sua família passando fome"
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
2º TURNO: "DIA DO EVANGÉLICO"
Cesar Techio - Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com
Demonstrando total ignorância de que o estado brasileiro é laico, o presidente Lula assinou no dia 15/09/2010, a lei nº. 12.328 na qual, em dois singelos artigos, instituiu o Dia Nacional do Evangélico. Vale a pena transcreve-la: “Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional do Evangélico, a ser comemorado no dia 30 de novembro de cada ano. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 15 de setembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República.” (fonte: http://www.planalto.gov.br). Com o objetivo de agradar os evangélicos a apenas 18 dias da eleição presidencial, na realidade Lula assinou uma lei que, além de absurdamente inconstitucional é imoral e afrontosa. Pelos seguintes motivos: 1º - Todo o dia é dia de vivermos os ensinamentos de Cristo; 2º - Por privilegiar somente uma corrente religiosa. 3º - Agora, em tese e por isonomia, há necessidade de se criar o dia dos católicos, umbandistas, espíritas, budistas, entre outros. Na mesma surpreendente e inusitada simpatia às religiões, quatro dias antes das eleições Dilma Roussef foi acolhida por lideranças católicas e evangélicas. Em reunião amplamente divulgada pela mídia afirmou que, ao contrário do apoio que demonstrou no passado, é contra o aborto e que defende total liberdade de crença. Declarando-se católica defendeu parcerias com as igrejas no seu futuro governo. Se, tudo isso fez parte de uma estratégia para captar votos dos cristãos na última hora e, se deu certo, somente uma análise criteriosa dos resultados da votação que recebeu no 1º turno das eleições e receberá no dia 31 de outubro, pode esclarecer.
E, por falar em “acordo”, antes da votação do “Ato Permissionário” que lhe daria poderes para aprovar leis sem necessidade do parlamento, Hitler fez um discurso afirmando que o nazismo estava lutando pelos valores cristãos: “Enquanto o governo está determinado a prosseguir com a limpeza política e moral da nossa vida pública, ele está criando e assegurando os pré-requisitos para uma verdadeira vida religiosa. O governo vê em ambas as confissões cristãs (católicas e protestantes) os mais importantes fatores para a manutenção da nossa cultura” (Adolf Hitler, 23/03/1923). Em função desta posição, a igreja católica e o governo nazista formalizaram uma aliança, denominada “Concordada” (Reichskonkordat), na qual ficou formalizado que os bispos deveriam prestar juramento ao representante do Estado do Reich, ou a Hitler: “Eu juro e prometo honrar a legalidade constituída do Governo e fazer com que os clérigos da minha diocese honrem também. No desempenho de meu trabalho espiritual e da minha solicitude pelo bem estar e interesses do Reich alemão, eu vou lutar para impedir qualquer mal que possa ameaçá-lo.” (Assista o documentário no blog http://cesartechio.blogspot.com/). Devido a esse acordo Hitler se tornou ditador com poderes absolutos. Como terminou essa história, todo mundo já sabe.
Enfim, “alea jacta est” (a sorte está lançada). Enquanto aguardamos o 2º turno, falemos, finalmente, de coisas mais amenas, que inebriam o coração e surpreendem a alma. Falemos de amor que nos fornece esperança, oxigênio e vida; que nos move da loucura da solidão e dos preconceitos do passado em direção ao futuro dourado. E, convenhamos, pelo menos nesta seara haveremos (nós também), de concordar: Gênios, doutores, homens de negócios, poetas, políticos, filósofos, desconhecidos, famosos, operários, crentes e ateus, jovens e velhos, todos, em algum momento da vida, já olhamos para o pôr do sol e nos enternecemos no lusco-fusco, a espera de uma estrela que tem nome de mulher. Pensamento da semana: “No lusco-fusco, limiar do anoitecer quando o sol alcança o ocidente, em pensamentos tua presença se faz.” Verluci Almeida.
“REICHSKONKORDAT”
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