quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

NATAL NA ESTREBARIA

Cesar Techio
Economista – Advogado
cesartechio@gmail.com


O nobre casal Maria e José, por ocasião do nascimento de seu filho, em nada difere dos casais pobres, sofridos e hipossuficientes dos dias de hoje. Ela grávida, viajaram de Nazaré, na Galiléia, para Belém, na Judéia, para atender um decreto do Imperador Romano Cesar Augusto, que determinava que todos voltassem à terra natal para se registrar devido a um novo recenseamento. Chegando à cidade, todas as hospedarias estavam lotadas. Ela prestes a parir, procuraram um local qualquer, devido à extrema urgência. Encontraram uma estrebaria, cocheira ou estábulo e se ajeitaram como puderam em meio ao mau cheiro de excrementos dos animais. Tratava-se de um jovem e desesperado casal tentando encontrar um lugar descente para receber o neném, adentrando num lugar fétido, sem iluminação ou qualquer estrutura sanitária e higiênica. Maria obrigou-se a deitar em meio a palhas sujas e animais assustados. Longe de qualquer estrutura familiar, sem qualquer apoio humano ou logístico, sem qualquer estrutura de saúde, ela concebeu o bebê. Estas foram as verdadeiras e chocantes condições do quadro real que emoldurou o nascimento de Jesus, comemorado no dia 25 de dezembro. Infelizmente, o verdadeiro natal foi diferente dos sonhos de natais que povoam a imaginação consumista dos nossos tempos.

A festa celestial que acompanhou o nascimento de Jesus, com anjos avisando pastores que correram para vê-lo, também em nada se assemelha a realidade histórica da humanidade. Crianças, quando não assassinadas ainda no seio da mãe, nascem em meio a uma realidade sócia, política e econômica atroz. Só na Coréia do Norte, cuja morte do louco ditador Kim Jong-il se verificou no dia 17 de dezembro, crianças nascem e passam a vida toda em campos de concentração nos quais mais de 200 mil pessoas, seus pais e mães, se encontram encarcerados por motivos puramente políticos. Em época de paz, como a que vivemos no Brasil, a miséria devastadora humilha incontáveis crianças que nascem na pobreza, nas estrebarias da vida, muitas vezes bem na frente do nosso nariz egoísta, dos nossos olhos egocêntricos e da nossa riqueza ostensiva. Nesta perspectiva natalícia, miserável e criminosa, de dor e tristeza encravada no nascimento e no destino de milhões de crianças, o quadro poético do natal deve ceder a fortes ações de filantropias e a um melhor amadurecimento do conceito de responsabilidade social. Comece, neste natal, levando seus filhos para visitar outras crianças desprovidas. Leve presentes natalinos e se associe a eles durante o ano de 2012 e nos anos que se seguirem. Ajude em tudo o que a sua família puder (pré-natal, material escolar, uniformes, ranchos mensais, matrículas e mensalidades em cursos diversos, etc.). Não pratique um ato isolado. Adote uma sistemática integrada, planejada e estratégica para colaborar permanentemente com crianças necessitadas a fim de que elas viabilizem o seu próprio futuro. Crie uma cultura de solidariedade. Só assim o Natal existencial vai valer a pena. E considere que, “ações esporádicas, doações e outros gestos de caridade não vinculados à uma estratégia permanente não podem ser considerados como atuação de responsabilidade social. Grande parte das pessoas e empresas que acreditam estar sendo socialmente responsável pratica, na realidade, caridade e paternalismo.” (Elenice Roginski Santos)

Pensamento da semana: Em 2012 assuma como verdadeiro projeto de vida, ajudar a reavivar a ABAC, instituição cristã verdadeiramente voltada à responsabilidade social. Feliz Natal.



Techio, Paz e bem!!!

Esta mensagem que recebi, achei interessante te enviar, ela mostra que o Natal não é de Jesus que ocorreu a mais de 2.000 anos, mas o nosso renascimento com o natal de Jesus. Gostei da frase no prédio da rodoviária onde está escrito:

"Neste natal, não se esqueças do aniversariante."


Eu sei que você vai se lembrar e o artigo Natal na estrebaria prova isso.
Por isso um feliz e Santo Natal e um novo ano cheio de realizações.

Frei Luis Toigo
freitoigo@hotmail.com